11 outubro 2012

SIM, JESUS É HISTÓRICO



Temos, nas Escrituras Sagradas, perfeitos quatro relatos sobre o ministério de Jesus enquanto este habitou entre os homens, cada um por um ângulo diferente, Mateus e João relataram o que foram testemunhas oculares, e Marcos e Lucas relataram o que foi relatado e comprovado por, também, testemunhas oculares.

Algumas pessoas, porém, supõem que, além dos quatro livros do Evangelho, nenhum escritor antigo menciona Jesus Cristo. Estão completamente equivocados. Entre os historiadores seculares e os escritores da antiguidade, que se referem a Jesus, encontra-se: Cornélio Tácito; Suetônio; Plínio, o Moço; Epicteto; Luciano, Aristides; Galeno; Lamprídio, Diocássio; Hinério; Libânio; Amiano; Marcelino; Eunápio; Zózimo. Outros escreveram livros inteiros contra o cristianismo, tais como: Luciano, Celso, Porfírio, Hierócles e Juliano, o Apóstata. Numerosos outros, inclusive escribas hebreus, escreveram sobre Jesus Cristo.
Comprovando a existência de Jesus, temos:


1.      Pôncio Pilatos
Pôncio Pilatos, o procurador da Judéia que condenou Jesus Cristo à morte, escreveu a respeito de extraordinárias atividades, a Tibério César, num relato aparentemente bem conhecido, o qual tem sido mencionado por vários outros personagens históricos. Um apologista cristão, alguns anos mais tarde, escrevendo a um outro César, encorajou-o a verificar seus próprios arquivos e descobrir no relatório de Pôncio Pilatos que essas coisas eram verdadeiras. Nesse longo relato, depois de descrever os milagres de Cristo, Pilatos diz o seguinte: “E Herodes, Arquelau e Filipe, Anás e Caifás, com todo o povo, entregaram-me Jesus, fazendo grande alarde contra mim, que eu deveria julgá-lo. Eu, portanto, dei ordens para que ele fosse crucificado, tendo primeiro mandado açoitá-lo, sem ter achado nele nenhuma causa para as acusações ou malefícios. Quando ele foi crucificado, houve trevas por todo o mundo, tendo o sol se escurecido ao meio dia, aparecendo as estrelas, mas nelas não havia nenhum fulgor; e a lua, como se tivesse convertido em sangue, não deu sua luz. 


2. Mara Bar Serapião
No Museu Britânico consta uma carta de um prisioneiro sírio de nome Mara Bar Serapião ao seu filho, escrita cerca do ano 73, advertindo-o a não se envolver em más ações, lembrando-o das terríveis consequências que recaíram sobre os que mataram homens piedosos, onde cita Cristo e diz:Que vantagem os judeus obtiveram com a execução de seu sábio rei? Foi exatamente depois disso que seu reinado foi abatido. Deus vingou justamente esses homens sábios... os judeus, arruinados e expulsos de sua terra, vivem em completa dispersão... Nem o sábio Rei dos judeus o destruiu a morte: continuou nos ensinos que transmitira.” (F.F.Bruce. Merece Confiança o Novo Testamento? Edições Vida Nova. SP. 1965. P. 148).




3.      Talo, Júlio Africano, Flegão, Filôpão, Eusébio e Orígenes
"Durante o tempo de Tibério César houve um eclipse solar durante a lua cheia" (7/II, sect. 256). Mais tarde Flegão é citado por Orígenes comentando sobre o eclipse que ocorreu durante a crucificação de Jesus Cristo... e isto, também está narrado nos registros históricos de Tibério César. (4/IIB, sect. 257).

Talo, o historiador samaritano que escreveu em 52, é citado por Júlio Africano, um escritor cristão que viveu por volta de 220, onde escreveu sobre o obscurecimento do sol desde o meio dia até as três horas da tarde, durante o governo de Tibério César, quando Jesus morreu, dizendo que deve ter sido um eclipse. Entretanto, sabe-se que Jesus foi crucificado por ocasião da Páscoa, que era tempo de lua cheia, e que não se pode ter um eclipse do sol na lua cheia. No entanto, este escritor sentiu que deveria oferecer alguma explicação naturalista para o fenômeno do obscurecimento do sol. Outros historiadores, como Flêgão e Filôpão argumentam também sobre isso.
Talo, no terceiro livro de suas histórias, sustenta que essas trevas foram nada mais que o resultado de um eclipse do sol – explicação desarrozoada, a meu ver.
O interessante também é que o historiador judeu Flávio Josefo, no seu livro Antiguidades Judaicas (livro XVIII, capítulo VIII, p. 302) faz referência a um certo Allo (que pode ser Talo), natural de Samaria, a quem Tibério Augusto havia libertado! Esse homem tinha sido contemporâneo de Jesus e confirma esse fato ocorrido no dia da morte do Senhor Jesus.
Julius Africanus também escreve a respeito de parentes do Senhor que vieram de Nazaré e também da cidade próxima de Cochaha e que eles guardavam “registros do seu descendente com muito cuidado”. Eusébio (cerca do ano 300) escreve a respeito de dois netos de Judas, meio irmão de Jesus, que foram levados perante o imperador Domiciano no décimo quinto ano do seu reinado (no ano 95) e depois libertados quando admitiram que pertenciam à casa de Davi. Em seguida, eles fundaram várias igrejas na área “porque eram parentes do Senhor”. Eusébio também menciona o nome de Simeão, filho de Clopas (que acreditavam ser irmão de José) que sucedeu a Tiago como líder da Igreja e foi martirizado com cerca de 120 anos de idade.
Esses documentos históricos não bíblicos revelam uma descendência de parentes de Cristo que se estende até o terceiro século. Esses parentes deveriam conhecer os lugares do nascimento e da morte de Jesus, assim como os acontecimentos mais importantes da sua vida. Em segundo lugar, os seguidores de Jesus tinham uma admirável paixão pela verdade do Evangelho, uma verdade pela qual valia a pena morrer.
A arqueologia revela que a Igreja de Roma reconheceu os parentes de Jesus, inclusive seus irmãos Tiago e Judas, os netos de Tiago e de Judas e outros descendentes dos parentes, como Conon. Isso foi confirmado por historiadores não cristãos. Mais tarde, o catolicismo negou as mesmas pessoas ao redefinir Maria como uma virgem perpétua.


4. Flávio Josefo
Flávio Josefo, um historiador judeu, que no ano 66 estava comandando as forças judaicas na Galiléia, escreveu: “Por essa época surgiu Jesus, um homem sábio, se é que é correto chamá-lo de homem, pois operava obras maravilhosas, e era um mestre que fazia as pessoas recebem a verdade com prazer. Ele congregou junto a si muitos judeus e muitos gentios. Ele era o Cristo, e quando Pilatos, por sugestão dos principais líderes dentre nós, condenou-o à cruz, aqueles que desde o início o amavam não o largaram; pois ele tornou a aparecer-lhes vivo ao terceiro dia, tal como os profetas de Deus haviam predito essas e mais dez mil outras coisas a seu respeito. E a tribo dos cristãos, que tem esse nome devido a ele, existe até hoje.” (Antiguidades Judaicas, livro XVIII, capítulo IV, parágrafo 772) Esse texto em árabe foi encontrado com algumas diferenças que não engrandecem tanto a Cristo e nem afirma que ele tenha ressuscitado, mas diz que os seus discípulos assim o disseram. Além disso, Josefo narra a morte de Tiago, o irmão de Jesus. Esses textos constam no livro do bispo Apápio, do século décimo, que cita comentários de filósofos sobre, por exemplo, o dia da crucificação de Cristo. Têm existido aqueles que dizem que isso é uma interpolação, que Josefo nunca teria dito que Jesus era o Cristo, e nunca disse que “nossos líderes cometeram uma ação perversa, condenando-o à morte”. Mas é importante lembrar que Josefo virou a casaca, entregou-se aos romanos e viveu em Roma sob os auspícios de César. E quem poderá dizer se ele verdadeiramente chegou a crer em Cristo ou não? Aqueles que procuraram se livrar desse texto têm ao seu lado apenas os próprios preconceitos.
A segunda referência a Jesus feita por Josefo encontra-se no livro XX, capítulo VIII, parágrafo 856 das Antiguidades, e envolve o sumo sacerdote Anano, que no ano 61 condenou vários judeus a morte por apedrejamento. Entre esses judeus apedrejados estava Tiago, o irmão de Jesus! Eis o texto:
Anano, um dos de que nós falamos agora, era homem ousado e empreendedor, da seita dos saduceus, que como dissemos, são os mais severos de todos os judeus e os mais rigorosos nos julgamentos. Ele aproveitou o tempo da morte de Festo, e Albino ainda não tinha chegado, para reunir um conselho diante do qual fez comparecer Tiago, irmão de Jesus, chamado Cristo, e alguns outros; acusou-os de terem desobedecido às leis e os condenou ao apedrejamento. Esse ato desagradou muito a todos os habitantes de Jerusalém, que eram piedosos, e tinham verdadeiro amor pela observância de nossas leis.
Outra referência de fundamental importância para se provar a autenticidade dos relatos dos evangelistas quanto à existência de Jesus também nos foi deixada por Flávio Josefo. Trata-se da confirmação histórica da existência de alguém que representou um importante papel na vida de Jesus, tendo sido, inclusive, seu precursor: João Batista!
Após falar sobre o caso de adultério envolvendo Herodes e Herodias, mulher do irmão de Herodes (veja Lucas 3:19,20), Josefo mostra como esse adultério contribuiu para o início de uma guerra, durante a qual o exército herodiano foi completamente derrotado. É nesse trecho da narrativa que Josefo fala acerca de João Batista, e com isso fornece-nos mais uma confirmação da verdade histórica dos tempos de Jesus. Eis o texto do historiador:
Vários julgaram que aquela derrota do exército de Herodes era um castigo de Deus, por causa de João, cognominado Batista. Era um homem de grande piedade, que exortava os judeus a abraçar a virtude, a praticar a justiça e a receber o batismo, depois de se terem tornado agradáveis a Deus, não se contentando em só não cometer pecados, mas unindo a pureza do corpo à pureza da alma. Assim como uma grande multidão de povo o seguia para ouvir a sua doutrina, Herodes, temendo que o poder que ele tinha sobre eles viesse a suscitar alguma rebelião, porque eles estavam sempre prontos a fazer o que ele lhes ordenasse, julgou dever prevenir o mal para não ter motivo de se arrepender por ter esperado muito para remediá-lo. Por esse motivo mandou prendê-lo numa fortaleza de Maquera, de que acabamos de falar, e os judeus atribuíram essa derrota de seu exército a um castigo de Deus por um ato tão injusto.” (Antiguidades Judaicas, Livro XVIII, Capítulo VII, Parágrafo 781)


5.      Plínio Segundo
Plínio Segundo, ou Plínio o Jovem, governador da Bitínia, na Ásia Menor (citada em I Pedro 1:1) em 112, escreveu ao imperador Trajano pedindo orientação sobre como tratar os cristãos, pois já vinha matando muitos homens e mulheres, meninos e meninas, e eles não se curvavam perante as estátuas de Trajano nem amaldiçoavam a Cristo. Durante o julgamento, esses confessavam que cantavam a Cristo hinos em adoração e juravam não cometerem pecados nem a negar a fé. Na carta ele diz: “Eles afirmam, no entanto que seu único erro, sua culpa, é que costumam se reunir em um dia determinado, antes do alvorecer, para cantar em voz alternada um hino a Cristo, como a um deus, e se obrigam mutuamente a não cometer perversidades, e de nunca praticar nenhuma fraude, furto ou adultério; de nunca mentir e de nunca trair a confiança neles depositada; depois do que, era costume se separarem, e então se reunirem novamente para tomarem em comum algum alimento – alimento de natureza inofensiva.” (As Grandes Cartas da História, de autoria de M. Lincol Shuster) E assim confirmamos com Plínio que os cristãos acreditavam que Cristo é Deus e se reuniam bem cedo, um dia por semana, para adorá-lo.



6.      Trajano
A carta de Plínio, que acabamos de citar, não ficou sem resposta. O imperador Trajano, que reinou de 98 a 117, respondeu a carta de Plínio:
No exame de denúncias contra feitos cristãos, querido Plínio, tomaste o caminho acertado. Não cabe formular regra dura e inflexível, de aplicação universal. Não se pesquise. Mas se surgirem outras denúncias que procedam, aplique-se o castigo, com essa ressalva de que se alguém negar ser cristão e, mediante a adoração dos deuses, demonstrar não o ser atualmente, deve ser perdoado em recompensa de sua emenda, por muito que o acusem suspeitas relativas ao passado...” (Documentos da Igreja Cristã, p. 30)





7.     Tertuliano
Tertuliano, jurista e teólogo de Cartago, ao fazer em 197 uma defesa do cristianismo perante as autoridades romanas na África, menciona uma suposta correspondência trocada entre Tibério e Pôncio Pilatos, dizendo que Tibério reconheceu a divindade de Jesus e trouxe a questão perante o Senado, que rejeitou a proposta.









8.      Justino Mártir
Justino Mártir, por volta do ano 150, ao escrever a Defesa do Cristianismo, enviada ao imperador Antonio Pio, sugere ao imperador que consulte o relato de Pilatos guardado nos arquivos imperiais sobre os detalhes da crucificação de Jesus, o sorteio de suas roupas e outros fatos sobre Jesus.










9.      Talmude
Outra grande fonte de origem judaica que confirma a existência histórica de Jesus é o Talmude – coleção de doutrinas e comentários acerca da Torah, elaborada a partir do primeiro século por rabinos que aproveitaram a ‘tradição dos anciãos’ que vinha sendo transmitida verbalmente pelos judeus, de geração em geração. Em meio a esses escritos rabínicos, existem várias referências a Jesus!
Sendo a codificação tardia de tradições e de fatos, de interpretações e sentenças sobre a Torah, além de incluir as discussões apaixonadas de muitos rabinos, o Talmude, tanto na sua edição de Jerusalém como na de Babilônia, faz muitas referências a Jesus, tratando-o, porém, quase sempre com preconceitos e hostilidades. Todavia, apesar de todos esses sentimentos contra o nosso Salvador, o judaísmo, a partir do nascimento de Jesus Cristo, sempre reconheceu sua existência histórica. Embora falando mal de Jesus, os rabinos, cujos escritos foram reunidos no Talmude, confirmam, direta ou indiretamente, que Jesus existiu, pregou Sua mensagem, confessou ser Deus e, por isso, foi condenado a morte.
No Tratado do Sinédrio, número 43.a (uma das partes que compõem o Talmude), existe uma referência aos “atos de encantamento de Jesus” (alusão aos milagres por Ele realizados), e à sua crucificação na vigília da Páscoa.
Porém, a mais famosa dessas referências rabínicas a Jesus está ligada ao nome de Eliezer bem Hyrcanos, um dos mais ilustres rabinos entre os Tanains. Esses Tanains eram doutores na Torah e sucessores dos fariseus, que surgiram no final do primeiro século. Certa vez o rabino Eliezer foi preso sob a acusação de heresia. Depois de haver passado alguns dias na prisão, libertaram-no. Porém, no caminho para sua casa, Eliezer encontrou-se com seu amigo Akiba, e este, que estava mais ou menos informado sobre o caso, quis saber mais detalhes sobre o motivo de sua prisão. Eis como o Talmude registra o diálogo:
Mestre, tu deves ter ouvido uma palavra de heresia; essa palavra deu-te prazer, e foi por isso que foste preso. Ele respondeu: Akiba, tu fizeste-me recordar o que se passou. Um dia eu percorria o mercado de Séforis, encontrei lá um dos discípulos de Jesus de Nazaré; Tiago de Kefar Sehanya era o seu nome. Ele disse-me: Está escrito na vossa Torah: ‘Não trarás salário de prostituição nem preço de sodomita à casa do Senhor teu Deus por qualquer voto...’ Que fazer dele? Será permitido usá-lo para construir uma latrina para o sumo sacerdote? E eu não respondi nada. Disse-me ele: Jesus de Nazaré ensinou-me isto: o que vem de uma prostituta, volte à prostituta; o que vem de um lugar de imundícies, volte ao lugar de imundícies.’ E esta palavra agradou-me, e foi por causa dela que eu fui preso como herege.” (Citado por Jaques de Bivort, no livro Deus, o Homem e o Universo, Livraria Torres Martins, Porto, 1957, página 388).


10.  Alcorão
No Alcorão, Jesus é o Isa ibn Maryam, isto é, Jesus, o filho de Maria. Ali eles concordam com o nascimento virginal através do Espírito Santo em “Maria 19:20”. Gabriel, ali, fala para Maria que Jesus seria imaculado em “Maria 19:19”. O Alcorão também reconhece os milagres de Jesus em “A Mesa Servida 5:1” e o chama de maior homem deste mundo e do mundo vindouro em “A Família de Jesus 3:45”.


11.  Luciano de Samosata
Luciano de Samosata, um poeta grego satírico do século segundo, zombou de Cristo e dos cristãos no ano 170 dizendo: “... o homem que foi crucificado na Palestina porque introduziu uma nova seita no mundo... Além disso, o primeiro legislador dos cristãos os persuadiu de que todos eles seriam irmãos uns dos outros, após terem finalmente cometido o pecado de negar os deuses gregos, adorar o sofista crucificado e viver de acordo com as leis que ele deixou.” (O Peregrino Passageiro)







12.  Juliano, o Apóstata
Juliano, o Apóstata, tentou destruir o cristianismo. Ele escreveu um livro sobre o cristianismo, mas nesse escrito, em vez de destruí-lo, ele afirma que Jesus nasceu no reinado de Augusto, no tempo em que Cirênio fez um censo na Judéia. Ele também confirma o fato de que a religião cristã começou a surgir no tempo dos imperadores Tibério e Cláudio. Ele afirma a autenticidade dos quatro relatos sobre o Evangelho, como fontes autênticas da religião cristã. Esse mesmo Juliano foi a Jerusalém, refutar a Palavra de Deus, mas falhou. Quando, sem o saber, destruiu os muros de Babilônia, ele estava confirmando as profecias. Quando finalmente ele encontrou a morte, apontando sua espada para a céu, para Jesus Cristo, ajuntou seu próprio sangue ao ser ferido no campo de batalha, jogou-o para o ar e clamou: “Venceste, Galileu.” Juliano não deixou atrás de si o menor vestígio do paganismo que ele quis reerguer. Todos os seus esforços se evaporaram diante do poder do Galileu.



13.  O Testemunho de Dois Ossuários
A descoberta de dois ossuários fora da cidade de Jerusalém, em 1945, por Eleazar L. Sukenik com as palavras Iesous iou, que significa “Jesus, ajude” e Iesous aloth, que significa “Jesus, ressucita-o”. Os especialistas calcularam essa data como 50, isto é, aproximadamente 20 anos após a morte e ressurreição de Jesus.





14.  Caio Suetônio Tranquilo
Suetônio, que viveu entre 69 a 141, outro historiador romano, oficial da corte de Adriano, senador e escritor dos anais da Casa Imperial, informa que por volta do ano 52 os judeus foram banidos pelo imperador Tibério Cláudio Druso, ao dizer: “Judaeos impulsore Chresto assidue tumultuantes, Roma expulit”, ou seja, Como os judeus, por instigação de Chrestus (ou Cristo), estivessem constantemente provocando distúrbios, ele os expulsou de Roma. (Suetônio, Cláudio, cap. 25). Este testemunho pagão concorda exatamente com a declaração de Lucas (Atos 18:1,2), de que o apóstolo Paulo achara em Corinto, na Grécia, “um judeu, por nome Áquila, natural do Ponto, que pouco antes havia chegado da Itália, e Priscila, sua mulher, devido a Cláudio ter mandado sair de Roma a todos os judeus” (Atos 8:2,3,26; Romanos 16:3-5; I Coríntios 16:19). Esperando a oposição ao Cristianismo manifestada no reinado de Cláudio, a circunstância, narrada por Paulo, de que ninguém assistiu a ele na sua primeira defesa, mas que todos o desampararam quando teve de comparecer perante Nero (II Timóteo 4:16), a presença de judeus naquele mesmo lugar e tempo, e por terem os judeus não convertidos dito: “o que nós sabemos desta seita, é que em toda a parte a impugnam” (Atos 28:22), cremos que os cristãos, tendo ainda em conta a sua própria segurança, começavam a buscar refúgio da antipatia popular, da oposição judaica e da perseguição do governo romano. Antes do fim do reinado sanguinário do monstro Nero, eles, sem dúvida, foram compelidos a refugiarem-se nessas covas e cavernas da terra (Hebreus 11:38). Ao falar sobre a vida do sucessor de Tibério, que não foi outro senão o satânico Nero Cláudio César, Suetônio torna a fazer referência aos cristãos (e, indiretamente, ao originador dos cristãos, Jesus Cristo), confirmando assim o que já havia sido registrado por Tácito. Diz Suetônio que, sob o reinado de Nero, “aos cristãos, espécie de homens  afeitos a uma superstição nova e maligna, inflingiram-se-lhes suplícios.(p. 280)


15.  Cornélio Tácito

Cornélio Tácito, nascido entre 52 a 54 a.C., foi um historiador romano, governador da Ásia no ano 112, genro de Júlio Agrícola, o governador da Grã-Betanha em 80-84, consultou durante muitos anos os documentos existentes nos arquivos do Senado Romano. Tácito, ao escrever sobre o fato de Neto ter incendiado Roma e ter colocado a culpa nos cristãos, cerca do ano 64, diz:
“A infâmia daquele horrível caso ainda pertencia a Nero. Para fazer desaparecer, sendo possível, este rumor geral, Nero acusou a outros e puniu-os com torturas violentas; acusou uma raça de gente detestada pelas suas diabólicas práticas, que era comumente conhecidos pelo nome de cristãos. O autor dessa seita era Cristo, que no reinado de Tibério tinha sido punido de morte, como criminoso, pelo procurador Pôncio Pilatos. A princípio só prendiam os que se apresentavam como seguidores dessa seita, depois, prenderam uma grande multidão que descobriram, e todos foram condenados à morte, não tanto pelo crime de incendiarem a cidade, mas por serem considerados inimigos do gênero humano.
Executavam-nos de maneira a expô-los ao escárnio e ao desprezo. Alguns eram cobertos de peles de animais selvagens para serem dilacerados pelos cães, outros crucificados; enquanto outros, untados de matéria combustível, eram colocados à noite como lampeões e assim morriam queimados. Para estes espetáculos Nero cedia os seus jardins e ao mesmo tempo promovia aí diversões de circo, até que, afinal, estes homens, ainda que realmente criminosos e merecendo castigo exemplar, começaram a atrair comiseração como povo que estava sendo destruído, não tanto por causa do bem público, mas para saciar a crueldade de um homem.
... mas a superstição perniciosa, reprimida por algum tempo, brotou novamente, não somente na Judéia, onde se originou esse mal, mas também por toda a cidade de Roma. (Anais XV.44)


16.  Adriano
De 117 a 138, Adriano foi o imperador de Roma e, durante seu reinado, foi encontrado duas citações suas aos cristãos. A primeira foi uma carta que ele dirigiu a Minúcio Fundano, proconsul da Ásia, por volta do ano 125, dando instruções sobre a maneira como deveriam ser tratados os cristãos, que em todas as regiões dominadas pelo Império Romano continuavam sendo denunciados, perseguidos e presos. Eis a carta, conforme foi divulgada pelo historiador Eusébio no capítulo 9 do livro IV de sua História Eclesiástica:
Elio Adriano Augusto, a Minúcio Fundano, proconsul, saúde. Revebi cartas dirigidas a mim por Serenio Graniano, varão esclarecido, teu antecessor. Certamente parece-me que este assunto não deve ser tratado de qualquer maneira, sem um exame criterioso, para que os cristãos não sejam perturbados, e para que não se dê aos delatores ocasião de caluniar. Portanto, se os habitantes das províncias podem se fazer presentes em seus processos judiciais contra os cristãos, de tal modo que respondam diante do tribunal, procurem unicamente que não se use de petições e clamores. Porque será muito mais justo que tu descubras se alguém está só com a intenção de acusar. Se alguém denunciar os cristãos e provar que eles têm agido contra a lei, toma uma decisão contra os acusados conforme a gravidade do delito. Mas se, conforme estou suspeitando, o acusador pretender unicamente caluniar, tu lançarás mão dos meios para castigar, conforme, conforme a gravidade do crime.
Foi uma atitude muito justa da parte desse imperador! Oito anos depois, Adriano tornou a fazer referências a Jesus e aos cristãos, quando escreveu ao cônsul Serviano. Adriano disse em sua carta que os egípcios eram pessoas superficiais, pois da mesma forma que trocavam Serápide (divindade egípcia) por Cristo, tornavam a trocar Cristo por Serápide.


17.  Os Testemunhos da Catatumbas em Roma

À primeira vista, é difícil calcular o vasto número de pessoas, todas cristãs, que acharam sepultura sob a cidade e arredores, em Capagna. Withrow diz: “Acharam-se cerca de 70 mil inscrições; porém é uma pequena fração do todo, pois só uma pequena parte desta metrópole foi explorada.” O cálculo mais apurado, feito por Rossi, é cerca de 4 milhões de sepulturas. É espantoso! Lembremo-nos, porém, de que durante 300 anos, ou dez gerações, toda a população era, ainda mesmo no período primitivo, dum número considerável. No tempo das perseguições, também os cristãos eram levados em multidões, para os túmulos. Nesta silenciosa cidade dos mortos, vemo-nos cercados por uma “poderosa nuvem de testemunhas”, uma multidão que ninguém pode contar, cujos nomes, desprezados na terra, que foram inscritos no Livro da Vida. Para cada habitante que hoje pisa o solo de Roma há centenas de habitantes primitivos, cada um na sua tumba, até que venha o dia do arrebatamento.
As catacumbas eram usadas para refúgio nas perseguições que, começando no tempo de Nero, contra os primeiros seguidores de Cristo, continuaram com intervalos, durante os 03 primeiros séculos, até terminarem no ano 311 por um edito de Galério. Este imperador estava atacado de uma terrível e incurável doença, que nem os médicos nem os ídolos pagãos tinham podido aliviar. Mandando pedir aos cristãos para orarem por ele, proclamou o edito, que terminou a perseguição pagã contra o Cristianismo no império romano.
A seguinte inscrição no túmulo de um mártir, vitimado durante a perseguição Antonina, que começou cerca do ano 160. O original está decorado com o monograma de Cristo e um ramo de oliveira, e também exibe um vaso de fogo – talvez indicativo do modo do seu martírio:
ALEXANDRE MORTO NÃO ESTÁ, MAS ELE VIVE ACIMA DAS ESTRELAS, E SEU CORPO DESCANSA NESTE TÚMULO. TERMINOU A SUA VIDA SOB O IMPERADOR ANTONINO, QUE PRECENDO QUE ADVIRIA GRANDE BENEFÍCIO DOS SEUS SERVIÇOS, PAGOU O BEM COM O MAL, PORQUE, QUANDO ESTAVA DE JOELHOS E PRESTES A ADORAR AO VERDADEIRO DEUS, FOI LEVADO À EXECUÇÃO. OH! QUE TRISTE TEMPO! NO QUAL, ENTRE RITOS E ORAÇÕES SAGRADAS, MESMO EM CAVERNAS, NÃO ESTAMOS SEGUROS! O QUE PODE HAVER DE MAIS DESAGRAÇADO DO QUE TAL VIDA E DO QUE TAL MORTE, QUANDO NÃO PODEM SER ENTERRADOS PELOS SEUS AMIGOS E PARENTES. MAS BRILHAM NO CÉU. QUASE NÃO TEM VIVIDO QUEM TEM VIVIDO EM TEMPOS CRISTÃOS.
Repetidas vezes foram publicados editos para exterminar da terra os cristãos. Levantaram até monumentos para celebrar e perpetuar os supostos êxitos das perseguições. Aqui estão duas preservadas inscrições desses monumentos em escritos da época, segundo Gruter, encontradas na Espanha em duas colunas:
DIOCLECIANO CÉSAR AUGUSTO, TENDO ADOTADO GALÉRIO NO ORIENTE. A SUPERSTIÇÃO DOS CRISTÃOS FOI DESTRUÍDA EM TODA A PARTE E PROPAGADA A ADORAÇÃO DOS DEUSES.
Outro:
DIOCLECIANO JÓVIO, E MAXIMIANO HÉRCULES (CÉSAR AUGUSTO): O IMPÉRIO ROMANO AUMENTADO POR TODO O ORIENTE E OCIDENTE, O NOME DOS CRISTÃOS, QUE ESTAVAM DERRUBANDO A REPÚBLICA ROMANA, APAGADO.
Não parece ter sido costume colocar datas em sepulturas. Muitas delas, contudo, dão os nomes dos cônsules romanos reinantes, por onde se podem descobrir as datas, visto terem chegado até nós as listas dos cônsules. A pedra mais antiga contendo a data consular parece ter sido erigida no ano 71, isto é, cerca de 36 anos depois da morte de Cristo. Outras datam dos anos 107 e 111, pouco depois da morte do discípulo amado, João. Há 23 epitáfios datados do terceiro século, mais de 500 do quarto, outros tantos do quinto e cerca de 300 datados da primeira parte do sexto. Somente 07 epitáfios representam o sétimo século. Daqui não se deve concluir que nenhum cristão fosse enterrado nas catacumbas antes do ano 71, apesar de não se encontrar data anterior mencionada. Milhares de sepulturas nada mais contém do que um nome e algum símbolo de fé em Cristo ou de esperança na ressurreição.
Há uma classe interessante de símbolos, predominante nas catacumbas que se refere à crença dos cristãos primitivos, como o Peixe e o Monograma.
O símbolo do Peixe é mostrado com o desenho, por esta palavra grega escrita e, dizem, esta palavra grega é a inicial do título, Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador. Esse símbolo é mencionado por Clemente de Alexandria, Optatos diz que “esta simples palavra encerra uma multidão de nomes sagrados”, Orígenes fala de Cristo como “chamado figuradamente de peixe”. Tertuliano, Agostinho e outros ligam este nome com o rito iniciatório cristão do batismo. No começo do quinto século este símbolo havia desaparecido da arte religiosa.
O monograma, em sua forma primitiva, consistia somente das duas letras gregas, X (chi) e P (ron), que são as duas letras iniciais do nome grego de Cristo. O antigo distintivo das Associações Cristãs da Mocidade tinha este monograma ao centro.            Numa inscrição de Tásaris, a cima de seu nome tinha o monograma com as letras alfa e ômega, do alfabeto grego, para exprimir o título de Cristo que é o primeiro e o último, adotado por Ele mesmo em Apocalipse 1:8,11; 21:6; 22:13. Há também outras inscrições com o monograma, o alfa e o ômega dentro de um círculo, e uma inscrição onde consta o monograma e a palavra ESDEIAS, que podem significar Cristo é Deus! A transição do X grego para uma cruz foi provavelmente logo sugerida para representar simbolicamente o instrumento da crucificação de nosso Senhor, com a cabeça do rou (P) na parte superior da cruz.
A palavra paz está inscrita em milhares de sepulturas, ao passo que sofrimento em poucas. Com exceção de uns poucos fragmentos, nos quais aparece a palavra mártir e do caso de Alexandre já anteriormente citado, acharam-se nas catacumbas somente mais 4 casos fidedignos de inscrições referentes a martírios. Uma apresenta a palma e o monograma do Salvador onde o nome do imperador Adriano fixa a data aproximada de 130 d.C.:
NO TEMPO DO IMPERADOR ADRIANO, MÁRIO, JOVEM OFICIAL MILITAR, QUE TINHA VIVIDO BASTANTE QUANDO COM SANGUE DEU A SUA VIDA POR CRISTO. AFINAL DESCANSOU EM PAZ. OS BENEMÉRITOS LEVANTARAM ESTA LÁPIDE COM LÁGRIMAS E TEMOR NO SEXTO ANTES DOS IDOS DE... EM CRISTO.
Foi provavelmente erigida em tempos de perseguição, com “lágrimas e temor”.
Temos ainda um fac-simile de uma inscrição encontrado por Boldetti, e que é a única conhecida das catacumbas referente à temerosa perseguição de Diocleciano. O seu valor é aumentado pelas iniciais E.P.S. (Et Posteris Suis, que significa “e a sua posteridade”), que provam que a lápide cobre a própria sepultura de Lanno e de sua família:
LANNO, MÁRTIR DE CRISTO, DESCANSA AQUI. SOFREU SOB A PERSEGUIÇÃO DE DIOCLECIANO. E.P.S.

EM DEUS, EM CRISTO, EM PAZ, EM REPOUSO. NA MORADA DO DEUS ETERNO, LEVADO PELOS ANJOS, DESCANSANDO, DORMINDO. É PROIBIDO CHORAR. ELE MORA ACIMA DAS ESTRELAS.
E o que dizem as catacumbas sobre o fato dos primeiros cristãos meditarem nas Escrituras e conhecerem as histórias sobre Jesus? Os artistas cristãos das catacumbas inspiravam os seus desenhos na história sagrada; era a única história que conheciam ou que queriam conhecer: Noé, que representa aqueles que procuraram refúgio na Igreja Cristã, é o mais representado. Em seguida, Jonas, que representa morte e ressurreição. Temos, porém, os seguintes relatos bíblicos com relação aos fatos da vida de Jesus nos desenhos das catacumbas:
- A adoração dos magos;
- Cristo e os doutores;
- A mulher samaritana;
- Cristo curando o paralítico;
- A mulher com fluxo de sangue;
- Cristo abrindo os olhos dos cegos;
- Cristo e as crianças;
- O milagre dos pães e dos peixes;
- A transformação da água em vinho;
- A ressurreição de Lázaro;
- Jesus como o bom pastor de ovelhas;
- Os últimos fatos de Jesus antes da morte (a entrada triunfal em Jerusalém, a negação de Pedro, Pilatos lavando as mãos, o Cirineu levando a cruz, Cristo coroado com plantas)
Em nenhuma parte há um desenho de Jesus crucificado, a não ser apenas pelo símbolo do monograma inclinado.
Certamente, se alguma vez alguém teve o direito de amaldiçoar, de odiar e de manter um espírito de vingança, foram aqueles pobres perseguidos: condenados sem motivo, executados sem lei, sem processo e sem misericórdia. Porém, é digno de nota o fato de que nem uma palavra de ódio, vingança ou aversão foi jamais pronunciada contra os perseguidores e inimigos. Pelo contrário:
MAXIMINO, QUE VIVEU XXIII ANOS, AMIGO DE TODOS, EM CRISTO, NO QUINTO ANTES DAS CALENDAS DE NOVEMBRO DORMIU GORGÓNIO AMIGO DE TODOS E INIMIGO DE NINGUÉM.

Bom, será que essas citações extra-bíblicas servem?
Investigadores honestos e céticos sinceros, como Natanel e Tomé, que amam a verdade, e desejam apenas um apoio tangível para sua débil fé, não se negarão jamais, quando as evidências lhes forem apresentadas, a recebê-la com gratidão e alegria e a adorar o Deus encarnado. Para aqueles que são honestos pesquisadores da verdade existe evidência abundante. A historicidade de Jesus Cristo é tão axiomática para um historiador sem preconceitos como a historicidade de Júlio César.

De modo sobrenatural, um carpinteiro de Nazaré ganhou espaço de forma global e histórica, contra toda oposição e perseguição possíveis e impossíveis de serem levantadas, e mesmo assim, continuou a crescer e florescer. Mesmo as tentativas de Juliano, o apóstata, de derrubar o cristianismo e reestabelecer as religiões romanas pagãs, não alcançaram qualquer sucesso. Um dos seguidores do imperador perguntou a um cristão, quando o ataque ao cristianismo estava no auge: “O que está fazendo agora o seu filho do carpinteiro?” A resposta do cristão foi: “Ele está fazendo um caixão para seu imperador.” Não foi muito depois disso que Juliano, ferido mortalmente na batalha, caindo ao solo, juntou areia misturada com seu sangue e jogou para cima, gritando: “Venceste, Galileu!” E a marcha do cristianismo continuou...

Como disse o judeu Joseph Klausner, “se apenas possuíssemos estes testemunhos, saberíamos, efetivamente que, na Judéia, viveu um judeu chamado Jesus, a quem chamaram o Messias, o qual fez milagres e ensinou o povo; que foi morto, por ordem de Pôncio Pilatos, por denúncia dos judeus; que tinha um irmão chamado Tiago, a quem o sumo sacerdote Anano condenou à morte; que, do seu ensino, nasceu uma corrente religiosa existente em Roma 50 anos depois do nascimento de Jesus, e que esta comunidade foi a causa da expulsão de todos os judeus de Roma; e finalmente, que a partir de Nero, essa corrente religiosa se expandia, adorava Jesus como Deus, e era violentamente perfeguida.”

E nem chegamos a citar aqui Epicteto; Aristides; Galeno; Lamprídio, Diocássio; Hinério; Libânio; Amiano; Marcelino; Eunápio; Zózimo; Celso, Porfírio, Hierócles...

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